Madrugada longa.

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Espinhos da vida

madrugada simplesmente
de noite enluarada
chega-me o sono à mente

em linda noite estrelada

pois foi de teu o abandono meu 

sonâmbulo quase entregue a Morfeu
acordo cochilo acordo desatino

tive colapso psíquico repentino

nada mais que passageiro
na vida de um estradeiro
cantando em voz e violão
venhas pra mim amorzão

letra longe de ouvido fino
fez desta sedução e música desafinolamentei e queixei
de febre quase queimei

sem teu beijo e carinho
minha bela é triste meu caminho
olho às flores que de ti falam
no perfume teu que exalam

e as pálpebras pesam marejadas
piscadelas morosas repousadas
tanto tempo e ainda é teu meu coração
e nesta triste noite fria de lápis e papel na mão

no cansaço que a mente falha

memória não passando de migalha
quando não sabes o que escrever
palavras somem sem amor a descrever

horas ora passam ora não, são indiferentes
sabedoria chega e pasmo sorridente
do aprendizado a mim tolo e mesquinho
o de que toda rosa tem espinho

José da Mota